Na noite passada dormimos pouco, preocupados com o forte temporal que desabou nesta zona com chuva intensa, trovoada e vento ciclónico que poderia provocar imensos estragos nas casas velhas e na floresta.
Pela manhã, ainda com aguaceiros, saímos para dar uma volta á quinta e inteirarmo-nos dos possíveis danos.
Infelizmente não foi preciso andar muito para nos apercebermos estupefactos da queda de um robusto cedro que não conseguiu manter o pé firme num terreno mole de tão alagado pela chuva persistente dos últimos dias.
Uma árvore morta ou moribunda dá-nos sempre um desgosto imenso. É como se fosse a perda de um animal de estimação.
Se fosse um arbusto pequeno, poderíamos levantá-lo, apertar a terra em volta da raiz e assim ajudá-lo a sobreviver. Mas o que nos encantava neste cedro - a sua imponência – foi o que nos impossibilitou qualquer tentativa para o salvar.
Vai ser difícil adaptarmo-nos àquele espaço vazio, à falta daquela presença majestosa e da sua sombra amiga nos dias quentes de Verão.
Mas depois de passados os primeiros momentos de amargura, tivemos que agir rapidamente até para termos noção dos estragos.
E a manhã passou-se com todo este trabalho para o qual tivemos a ajuda de vizinhos.
O passeio até ao Cabeço da Neve no Caramulo que tínhamos combinado fazer de manhã, só pôde ser feito pelas 4 da tarde. Íamos calados e tristes ainda que a mãe Natureza nos quisesse compensar com a visão de um nevão que nos acompanhou saltitante durante toda a viagem pela serra. Infelizmente esquecemo-nos da máquina fotográfica em casa.