2009-02-23

Uma pausa para conversar

Infelizmente os nossos trabalhos e preocupações aumentaram devido à doença do nosso caseiro que tem estado impossibilitado de nos dar o apoio costumeiro e por isso a nossa falta de tempo para prosseguirmos este blog.
O tempo chuvoso que se prolongou por muitas semanas foi muito bem vindo por ter ressuscitado pequenos veios de água que emergiram da terra dando-nos a alegria de tornar a ouvir pequenos riachos saltitando de pedra em pedra na descida em busca do rio.
Não sabemos ainda como orientar os imensos trabalhos do início da primavera que vão depender da saúde e disponibilidade dos nossos auxiliares. Mas, enquanto não arranjamos tempo para estar calmamente a preparar um tema para publicar neste blog, resolvemos ir dando algumas notícias deste cantinho.

Começamos por vos apresentar os novos residentes:

A Camila, uma Serra-da-Estrela bébé no dia em que a deixaram aqui

Ficámos muito preocupados porque sempre ouvimos dizer que são cães com um feitio muito independente e um bocado teimosos, sendo uma dor de cabeça durante a aprendizagem. Mas como é a primeira vez que convivemos com esta raça, vamos a ver o que nos sai na rifa :))

Na foto abaixo, agora com 3 meses já se consegue ver a sua preocupação em fazer uma boa guarda. Daqui a pouco tempo vai passar a dormir com o rebanho para se tornar numa protectora das ovelhas e principalmente dos borregos


O outro novo residente é o Tobias, um faisão prateado que tem o pomposo nome cientifico de Nycthemerus argentatus. Dizem que em cativeiro pode viver até 20 anos.


O Tobias quando está enervado ataca o tratador que já entra à defesa por saber que ele investe voando e com as patas para a frente. Mas o que mais nos diverte é um dos seus sons que consiste num gargalhar baixo e continuado que mais parece estar a gozar com todos nós

Aqui vai uma outra foto para mostrar a sua cabeça com um penteado todo moderno:


E por último o casal Afónico, sempre sorridente, de feitio calmo mas preocupados com a nova postura de Primavera, seguida de choco e evitando problemas com os gansos seus companheiros conhecidos pelo mau-feitio nesta altura do ano.



Depois de fazer esta necessária apresentação, vamos falar sobre a evolução de um dos presentes do Pai Natal:

Este ano fomos surpreendidos com 3 ofertas para produzirmos cogumelos comestíveis:
A primeira tratava-se de um saco coberto de plástico com a indicação de não lhe mexermos e apenas esperar que os cogumelos aparecessem. Passados poucos dias, apareceram 4 formações pequenas que cresciam visivelmente todos os dias até ficarem com este aspecto




São os Repolga - Pleurotus ostreatus que embora já devesssem ter sido colhidos antes de chegar a este ponto, poucas horas depois já estavam no prato...




... por terem sido passados num pouco de azeite onde se fritaram uns dentes de alho, acompanhados por couves-de Bruxelas salteadas e azeitonas da quinta. Falta o toque de cor da betterraba crua ralada, também temperada com um fio de azeite, alho picado e sumo de limão.

Como todos já sabem, o nosso contacto com cogumelos limita-se aos de lata ou congelados. Mas podem crer que foi uma enorme e agradável surpresa saborear o paladar destes (destas?) repolgas.

Ainda temos outro saco para fazer uma mistura e experimentar ter cogumelos em canteiros e ainda um outro tipo de cultivo que depois vamos fotografar os vários passos e que consiste em fazer vários furos com determinadas espessuras em troncos de carvalho e introduzir uma espécie de "buchas" cheias de esporos que são enfiadas nesses orifícios e depois esperar uns meses até aparecerem os cogumelos que neste caso serão os Flammulina velutipes e os Shitake, qualquer deles assustadores só de olhar para as fotos :))

E por último vou falar de uma tarefa que neste caso foi de minha autoria para aproveitar os dias de chuva. Estava perante uns sacos cheios de peúgas a já não merecerem o tempo que seria necessário para cobrir os inúmeros buracos com linhas que os disfarçassem. Poderia simplesmente agarrar naquilo tudo e enviar para o lixo mas de repente ocorreu-me uma forma divertida de reciclar.

Com uma tesoura abri a peúga de alto a baixo dos dois lados, formando uma tira comprida, estreita e só com uma face e depois dei um ponto ou dois para a ligar à meia seguinte também aberta e assim fui fazendo um longo “fio” de meias que fui enrolando, e passado pouco tempo já fazia tiras de camisas velhas e outros trapos:

A seguir imaginei que os meus dedos fariam o trabalho de uma agulha grande de crochet e fui passando o “fio” como se se tratasse de uma renda gigante. Ficou um tapete engraçado:




E fiz mais uma série deles, rectangulares e ovais que pus nas camas dos meus cães. Ficam pesados e a maior vantagem que têm é quando nos cansarmos deles poder dar-lhes sumiço e fazer outros novos. O trabalho mais aborrecido é abrir as peúgas e ligá-las porque depois o tapete faz-se num abrir e fechar de olhos.

E vamos terminar prometendo publicar outro post em breve.

Um abraço e um muito obrigado a todos os amigos que nos escreveram preocupados com o nosso silêncio