2010-03-19

Cá estamos de novo!

Um amigo perguntou-nos recentemente se tínhamos desistido do Paixão dos Sentidos e foi aí que nos apercebemos do tempo cada vez mais longo que vem separando as nossas publicações.

Mas é que temos estado tão empenhados num outro trabalho de escrita (do qual falaremos mais tarde) que além das tarefas da quinta, pouco tempo nos resta para outras actividades, a não ser uma rápida passagem pelos jogos do farmville ou country life, antes de ir para a cama, como forma de lutar contra algum stress num exercício lúdico concebido por pessoas que não têm a mínima ideia de como se pode gerir uma quinta :)

Este ano também sofremos os efeitos dos últimos temporais. Vamos mostrar duas fotos que mostram o susto que foi vermos um pinheiro a desabar dentro da zona onde estão os galináceos e que por sorte tombou sobre um outro o que evitou que os estragos fossem bem piores. Assim apenas danificou parte da vedação que limita o espaço dos animais e também umas dezenas de telhas no estábulo que já tinha sofrido a queda de um cedro no ano anterior.

(para os amigos novatos nestas lides, informamos que se clicarem em cima das fotos, estas abrem num tamanho muito maior e por isso com mais pormenor)

Caíram também umas dez árvores na mata, mas sem prejuízo de maior se compararmos com o que se passou noutras zonas da freguesia


Mudando de assunto:

Num destes últimos fins de semana, resolvemos dar um passeio até Soutosa em Moimenta da Beira que pertence ao distrito de Viseu, para visitarmos a Casa-Museu de Aquilino Ribeiro.

No início da viagem, alguém se lembrou de visitarmos primeiro a nascente do rio Vouga que fica no Chafariz da Lapa, na freguesia de Quintela e na volta passarmos então por Soutosa.

Aceitámos a sugestão e fomos direitos à Serra da Lapa, no concelho de Sernancelhe que pertence também ao distrito de Viseu.

Ao entramos na freguesia de Quintela fomos surpreendidos pelo Santuário da Lapa do qual nunca tínhamos ouvido falar


A primitiva capela foi construída por romeiros no séc. XVI. Mais tarde os jesuítas construíram o santuário (no centro da foto) e o Colégio (ao lado direito) no séc. XVII.

Ficámos impressionados no seu interior pelas várias surpresas que nos esperavam.


Principalmente o enorme penedo onde está a capela da Nossa Senhora da Lapa.

Segundo consta nos arquivos, a população no séc. X teria escondido uma imagem da virgem dentro de uma gruta (lapa) para evitar a sua destruição por parte dos mouros.

Quinhentos anos mais tarde, Joana, uma jovem pastora muda, encontrou a imagem e levou-a para casa. A mãe, pensando tratar-se de um brinquedo sem préstimo, resolveu lançá-lo à fogueira, dando origem ao milagre da filha começar a falar para poder suplicar à mãe evitando assim a sua destruição.

Este milagre fez com que a capela-mor fosse erguida precisamente na mesma gruta.


No centro da foto vê-se a capela mesmo ao fundo e aí, virando-se à esquerda, tem que se passar por um espaço muito estreito entre dois penedos que segundo a lenda só conseguem passar aqueles que estão livres de pecados graves, sendo o pior de todos, pensamos nós, o da gula :))

(foto retirada da Net)

Eu nem tentei passar, não por recear que os meus pecados me impedissem de o fazer, mas porque me pareceu que ia ter algum desconforto claustrofóbico.

Ficámos admirados com uma série de pormenores: um presépio com imensas figurinhas feitas pela escola de Machado de Castro, o altar do Menino Jesus este vestido com trajes napoleónicos, mármores de Carrara, quadros de Josefa d’Óbidos...


Visitando a zona atrás da capela-mor encontrámos esta sala enorme a chamada Casa do Peso por ser aí que as pessoas se pesavam para darem o mesmo peso em trigo segundo promessa feita à Senhora da Lapa

Mas a maior das surpresas foi depararmos com este enorme crocodilo!


Feliizmente como existiam várias explicações afixadas na parede para esta figura inusitada num santuário. Escolhemos a que nos pareceu mais razoável:

E mais este sobre a intervenção sofrida:


Entretanto o tempo começou a piorar de tal forma que acabámos por desistir de fotografarmos a nascente do Rio Vouga que fica ali muito próximo e também já não visitámos a Casa-Museu do Aquilino Ribeiro que vai ficar para outra saída em breve.

Só faltou dizer que o colégio dos jesuítas construído mesmo ao lado do referido santuário foi onde Aquilino estudou entre 1897/99.

(foto retirada da Net)

E a partir de agora vamos tentar continuar a publicar as nossas histórias, duas vezes por mês como era nosso hábito.

Fica aqui a promessa