2010-12-12

As nossas ovelhas

Este ano temos um rebanho com vinte cabeças, metade do que tivemos no ano passado, uma vez que houve necessidade de reduzir devido à falta de pastos durante o verão, o que nos dava muitas preocupações.


Quando trocámos a vida que fazíamos em Lisboa e Cascais por esta que fazemos agora aqui, decidimos ter alguns animais, o que não era possível numa vivenda com um pequeno jardim.

Comprámos uma ovelha com um borreguito e baptizámo-los com os nomes de Jacinta e Jacob. Foram eles que deram início ao rebanho actual.


Vendíamos os borregos e ficávamos com as borregas, tendo mais tarde adquirido um macho de outra família para melhorar o efeito da consanguinidade.

A partir desse momento, fazemos uma aprendizagem diária, com muitas alegrias e tristezas.

Tristeza sempre que vemos uma cria ou uma ovelha adulta já sem vida, por não conseguirmos estar sempre presente e muitas vezes confiarmos demais na Natureza.

Mas abrir o estábulo de manhã e ouvir um borregar de recém-nascido, continua a ser uma alegria sempre renovada.

Por vezes surgem problemas estranhos como se pode ver na foto abaixo...


... em que uma ovelha fez um prolapso do útero do que só nos apercebemos ao fim do dia quando a vimos deitada e a contrair-se como se fosse parir.

Nesta foto estávamos a tentar limpá-la da terra e das moscas varejeiras.

Na foto seguinte já conseguimos meter o útero no sítio certo mas só depois de muito esforço, nosso e do animal.

Mais tarde acabámos por saber que em casos idênticos, se deve levantar as patas traseiras da ovelha, pondo-a a fazer o pino e esperar que o útero desça e se coloque no local correcto.


Na Primavera recebemos a visita do tosquiador que as vem preparar para o calor do Verão, libertando-as daquela capa de lã que se torna insuportável manter durante os meses mais quentes.


Enquanto estávamos a alinhavar este texto, uma das nossas ovelhas pariu duas crias, primeiro uma borreguita e depois um borreguito.

Desta vez tivemos tempo para preparar a nossa máquina e fizemos um vídeo do nascimento da segunda cria.



Mas, no dia seguinte, vimos a borreguinha a chamar pela mãe, balindo de fome e esta completamente indiferente a tão triste queixume.

Muitas vezes as ovelhas enjeitam as suas crias. Nós tentamos criá-las mas nem sempre com sucesso.

Prendendo a ovelha com as nossas pernas, obrigámo-la a deixar mamar a borreguita que se atirava às tetas com tanto entusiasmo que nos deixou esperançados sobre a sua sobrevivência.

Como só conseguíamos pô-la a mamar de manhã e à noite, o que era pouco para um animal tão pequeno, resolvemos alimentá-la a biberão com um leite próprio.


Só precisou de um dia para aprender a gostar deste leite e a mamar no biberão. Caso venha a sobreviver, tornaremos a falar dela e do seu desenvolvimento.

Para finalizar este texto, juntámos a foto abaixo onde podem observar o seu reconhecimento pelos nossos cuidados :))


Ah, e aceitam-se sugestões para o seu baptismo!

2010-09-19

Também temos rinocerontes!

Aproveitando uma hora em que crianças e adultos dormem a sesta na penumbra dos quartos, ignorando o excessivo calor que se abateu nesta zona, venho contar-vos a nossa mais recente experiência.

Numa destas tardes em que passeávamos na mata com as crianças, encontrámos um escaravelho enorme que tinha um cornicho na cabeça.

Verdade seja dita que nunca tínhamos visto um escaravelho com este aspecto e com estas dimensões e, como podem ver, perfeitamente pacífico.


Resolvemos levá-lo para casa para a habitual sessão fotográfica e no caminho pedi aos miúdos para lhe darem um nome adequado. Todos escolheram o de Escaravelho-Rinoceronte dando origem a uma risota pegada com direito a canção e tudo.

Depois das fotos, guardámos o pachorrento escaravelho numa caixinha para o devolvermos à natureza no mesmo local onde o tínhamos recolhido e fomos fazer algumas pesquisas na Net no intuito de aprendermos alguma coisa com o bicharoco.

Foi uma enorme surpresa quando constatámos que este escaravelho é mesmo conhecido por Escaravelho-Rinoceronte tendo o nome científico de Oryctes nasicornis pertencente à ordem Coleóptera e à família Dynastidae.

Ficámos também a saber que estávamos perante um macho, havendo uma nítida diferença entre macho e fêmea, conhecida por diformismo, em que a fêmea não possui um cornicho da mesma dimensão que o macho mas sim uma saliência bastante reduzida.

O acasalamento é feito debaixo de terra e as fêmeas põem os ovos sobre madeira podre ou outro material vegetal em decomposição.

As larvas eclodem após duas semanas de incubação e passam um ano a crescer e a comer matérias vegetais em putrefacção. Na Primavera seguinte transformam-se em pupas. No final do Verão o insecto já adulto mantém-se no casulo até à Primavera seguinte.

O ciclo completo de desenvolvimento dura entre 2 e 4 anos em cativeiro, à temperatura de 25º.

Os escaravelhos adultos surgem entre Março e Maio, vivendo até o próximo Outono e não procuram comida uma vez que consomem, no pouco tempo que têm de vida, as reservas alimentares acumuladas durante a sua fase larvar.

Podem ser vistos ao fim da tarde ou pela noite, nos meses de Junho e Julho quando saem dos seus esconderijos procurando companheiro/a, sendo muitas vezes atraídos pelos focos de luz.

Devido ao formato do seu corpo, se caírem de patas para o ar, dificilmente conseguem virar-se tornando-se numa presa fácil para as formigas.

A propósito de escaravelhos, lembrei-me depois de um colar que um familiar me trouxe do Egipto e que é formado por várias peças com formato de pequenos escaravelhos e em que uma delas é de maior dimensão e com mais pormenor.


Depois das consultas feitas para escrevermos este post, soubemos que se trata do um amuleto muito estimado no Antigo Egipto, representando o Escaravelho-do-Estrume, pertencendo à família Scarabaeidae (escarabídeos) por se alimentarem de fezes e existindo uma imensa variedade com vários tamanhos e cores.

Ainda hoje é um insecto extremamente útil porque ao acumular bolas de esterco, principalmente de animais herbívoros que arrasta para a sua toca a cerca de metro e meio de profundidade, consegue arejar e enriquecer o solo com nutrientes do estrume, evitando também o aumento de moscas.

À fêmea compete escavar a toca enquanto o macho carrega as bolas de estrume empurrando com as patas traseiras. Quando tem tudo preparado, a fêmea deposita os ovos no estrume armazenado, sendo alimento garantido para as suas larvas ao nascer.

No Baixo Egipto, o deus-sol era retratado sob várias formas, em que uma delas era a de um Escaravelho-do-Estrume, simbolizando o deus Khepra que teria como função mover o sol, tal como fazia na terra empurrando a bola de esterco.

Era um dos amuleto preferidos por estar relacionado com a vida após a morte e com a ressurreição. Quem o usasse teria como garantia a persistência no ser e a certeza de renascer para a vida se o levasse para a campa, substituindo muitas vezes o coração durante a mumificação a fim de dar nova vida e existência à múmia.

O próprio Tutankhamon tinha no seu túmulo várias peças de joalharia com a forma deste escaravelho.

Mais tarde, as mulheres estéreis sacrificavam, secavam e reduziam a pó o desgraçado Escaravelho-do-Estrume para prepararem uma bebida que iria possibilitar a fecundação, segundo crença da época.

E não queríamos fechar este post dedicado aos escaravelhos, sem lhes falarmos do Rhynchophorus ferrugineus, um escaravelho vermelho responsável pela mortandade nas palmeiras que está a acontecer em todo o país.

Segundo fomos informados, tudo aconteceu por volta dos anos 90 quando começámos a importar do Egipto a palmeira dactylifera que trouxe com ela este escaravelho que tem sido uma lástima principalmente para a Phoenix canariensis.

Um amigo residente no Algarve, apercebeu-se que a sua enorme palmeira, já centenária, estava a dar sinais de doença e, sabendo que poderia ser trabalho do tal escaravelho encarnado, passou horas a inspeccionar a sua árvore, até que se apercebeu dos tais bichos estranhos que conseguiu eliminar com um produto indicado para estes casos, conseguindo salvar a árvore.

Se têm palmeiras no vosso jardim, estejam atentos ao seu aspecto porque esta praga que tem sido mais mortífera no Algarve e na zona de Setúbal, está a progredir para outras áreas do nosso país.

E terminamos este post, que vai publicado com algum atraso, agradecendo a todos os amigos que por mail ou telefone se preocuparam em saber a nossa situação neste período de grandes incêndios.

2010-06-04

O que temos andado a fazer

Finalmente podemos falar do trabalho que tivemos em mãos e que nos roubava o pouco tempo disponível para as nossas escritas.

Era uma surpresa que andávamos a preparar para o Mário Portugal: seleccionar, ordenar por ordem cronológica os seus textos do blogue
Engenhocando e oferecer-lhe a sua autobiografia em livro ao qual demos o mesmo nome.

O trabalho ia evoluindo calmamente, interligando textos, salpicando-os de fotos que o Mário nos enviava de vez em quando, telefonando-lhe por vezes, assim como quem não quer a coisa, para obtermos, um elemento ou outro, crucial para a compreensão do texto.

Passados meses, o Mário caíu à cama bastante doente e vimo-lo tão desanimado que acabámos por lhe contar o que andavamos a fazer, na esperança que isso o ajudasse a lutar pela vida.

Nunca vamos saber se essa notícia teve algum peso na cura. O que sabemos é que passados dias tinhamos o Mário ao telefone muito curioso e entusiasmado com a ideia de ser feito um livro com os textos do seu blogue.

Mais tarde, inesperadamente, um simples telefonema do Silvio Leiria, amigo comum, virou-nos a vida de pernas para o ar ao informar-nos que a Associação de Radioamadores do Ribatejo ia fazer uma homenagem ao Mário, no dia 6 de Junho, e que seria interessante se nessa altura se pudesse apresentar o livro.

Achámos que na verdade não haveria uma data mais feliz para o seu lançamento e por isso agarrámo-nos com unhas e dentes ao trabalho que deixou de ser feito nas calmas para avançar num grande stress, com o pânico permanente de não o termos pronto na data prevista.

Depois de concluido o "miolo" do livro, foi o contacto com várias tipografias que apresentavam preços quase inacessíveis e dos 10 exemplares que tinhamos pensado em oferecer como prova de agradecimento por todo o carinho que o Mário nos tem dedicado, inclusivé com a oferta de uma série de curiosos inventos, passámos para a tiragem de várias centenas de exemplares, com o apoio da ARR.

Na semana passada pudemos ver o livro concluído com as suas 430 páginas de relatos divertidos e dramáticos e com a capa muito bem concebida pelo
Augusto Mota.



Foi um momento muito emocionante para nós e também para o Mário quando finalmente viu o livro nas suas mãos.

A todos os amigos deixo aqui o convite para aparecerem às 10 horas da manhã, no próximo domingo dia 6 de Junho, no Cine Teatro de Benavente, onde vai decorrer a festa de homenagem ao Mário, seguida de piquenique no Parque de Campismo da terra, e assim poderem dar um abraço ao homenageado e comprarem o livro que irá ser lançado nesse dia.


Post Scriptum: Pode ver algumas fotos desta bonita homenagem

2010-04-24

Tristezas e alegrias após um temporal

Como todos puderam ver nos canais televisivos, abateu-se na passada quinta feira no centro e norte do país, um temporal que deixou todos estupefactos, principalmente os mais idosos que nunca tinham visto tal violência em trovoada, chuva, vento e granizo.

Aqui no nosso cantinho também não escapámos e foi um fim de tarde e parte da noite para esquecer, com o susto de poder o telhado desabar com todo aquele peso e chovendo dentro de casa quase como se estivéssemos na rua devido à cobertura de gelo nas telhas que não deixava a água escoar como habitualmente e como estas casas mais antigas não têm placa, a chuva que entrava pelas telhas atravessava o tecto de madeira caindo depois dentro da casa.
A horta ficou neste estado…



… tendo desaparecido as sementeiras que se tinham feito no dia anterior.

Um castanheiro caiu e o poste ia tendo o mesmo destino devido ao aluimento das terras


Nesta foto podemos ver melhor o que aconteceu às terras nessa zona, já com o castanheiro cortado:


A lagoa encheu de tal maneira, com a força das águas que saiu das suas bordas arrastando alguns peixes que foram apanhados no dia seguinte ainda trementes de vida e lançados de novo na lagoa.

Depois de tudo passado e de termos feito um balanço aos estragos, lembrámo-nos da Patareca.

A Patareca é a nossa pata-muda que em tempos desapareceu, obrigando todos a procurá-la, viva ou morta, nas redondezas, sem sucesso.

Passados dias apareceu na altura da distribuição da comida, desaparecendo de novo e percebemos que estaria a chocar.

Foi outro trabalhão saber qual o sítio que ela tinha escolhido porque se fosse fora da zona da capoeira, podia ser apanhada à noite pela raposa ou por outro animal qualquer que apreciasse este tipo de refeição.

Uma tarde escondemo-nos logo após termos enchido os comedouros e ela depois de comer, desapareceu quase em frente dos nossos olhos…

Ficámos desconfiados daquela elevação de terra que a queda do pinheiro que falámos no último texto, tinha deixado no terreno.


Espreitámos, metemos o braço até onde pudemos e nada de a vermos nem tocarmos sinais de ninho.

Lembrámo-nos de uma forma de tirar as teimas: fomos buscar a máquina fotográfica, metemo-la por um buraco pequeno que está junto ao corte do tronco e com ela bem no fundo, com um pequeníssimo ângulo de manobra, fomos disparando em todas as direcções.

Quando fomos ver as fotos, tivemos esta alegria:


Depois da tempestade em que correram rios de água por todos os lados e estando este esconderijo abaixo do nível do chão, ficámos preocupados com a possibilidade de estarem os ovos dentro de alguma poça de água.

Esperámos que ela saísse para comer e fomos fazer a mesma manobra com a máquina fotográfica e como se pode ver, o ninho está surpreendentemente seco.


Ao vermos esta foto apercebemo-nos que além dos ovos dela, também estão ovos da pata-brava, que são aqueles esverdeados e que provavelmente vão nascer em dias diferentes porque a pata-brava ainda anda a pôr e a Patareca assim que começarem a nascer os primeiros filhotes, deixa de permanecer em cima dos outros ovos mais atrasados... e nós não conseguimos retirá-los porque estão inacessíveis.

Além disso, a trovoada que se abateu durante um dia e uma noite, pode muito bem ter morto a criação.

Nunca percebi por que é que morrem as criações nos ovos quando há trovoada, mas que é muito frequente isso acontecer, é verdade.

É curioso que as galinhas quando estão a chocar e ouvem os trovões vão fazendo um barulho com a garganta como se estivessem a acalmar os pintainhos que ainda não nasceram. Mas como a Patareca é muda….

2010-03-19

Cá estamos de novo!

Um amigo perguntou-nos recentemente se tínhamos desistido do Paixão dos Sentidos e foi aí que nos apercebemos do tempo cada vez mais longo que vem separando as nossas publicações.

Mas é que temos estado tão empenhados num outro trabalho de escrita (do qual falaremos mais tarde) que além das tarefas da quinta, pouco tempo nos resta para outras actividades, a não ser uma rápida passagem pelos jogos do farmville ou country life, antes de ir para a cama, como forma de lutar contra algum stress num exercício lúdico concebido por pessoas que não têm a mínima ideia de como se pode gerir uma quinta :)

Este ano também sofremos os efeitos dos últimos temporais. Vamos mostrar duas fotos que mostram o susto que foi vermos um pinheiro a desabar dentro da zona onde estão os galináceos e que por sorte tombou sobre um outro o que evitou que os estragos fossem bem piores. Assim apenas danificou parte da vedação que limita o espaço dos animais e também umas dezenas de telhas no estábulo que já tinha sofrido a queda de um cedro no ano anterior.

(para os amigos novatos nestas lides, informamos que se clicarem em cima das fotos, estas abrem num tamanho muito maior e por isso com mais pormenor)

Caíram também umas dez árvores na mata, mas sem prejuízo de maior se compararmos com o que se passou noutras zonas da freguesia


Mudando de assunto:

Num destes últimos fins de semana, resolvemos dar um passeio até Soutosa em Moimenta da Beira que pertence ao distrito de Viseu, para visitarmos a Casa-Museu de Aquilino Ribeiro.

No início da viagem, alguém se lembrou de visitarmos primeiro a nascente do rio Vouga que fica no Chafariz da Lapa, na freguesia de Quintela e na volta passarmos então por Soutosa.

Aceitámos a sugestão e fomos direitos à Serra da Lapa, no concelho de Sernancelhe que pertence também ao distrito de Viseu.

Ao entramos na freguesia de Quintela fomos surpreendidos pelo Santuário da Lapa do qual nunca tínhamos ouvido falar


A primitiva capela foi construída por romeiros no séc. XVI. Mais tarde os jesuítas construíram o santuário (no centro da foto) e o Colégio (ao lado direito) no séc. XVII.

Ficámos impressionados no seu interior pelas várias surpresas que nos esperavam.


Principalmente o enorme penedo onde está a capela da Nossa Senhora da Lapa.

Segundo consta nos arquivos, a população no séc. X teria escondido uma imagem da virgem dentro de uma gruta (lapa) para evitar a sua destruição por parte dos mouros.

Quinhentos anos mais tarde, Joana, uma jovem pastora muda, encontrou a imagem e levou-a para casa. A mãe, pensando tratar-se de um brinquedo sem préstimo, resolveu lançá-lo à fogueira, dando origem ao milagre da filha começar a falar para poder suplicar à mãe evitando assim a sua destruição.

Este milagre fez com que a capela-mor fosse erguida precisamente na mesma gruta.


No centro da foto vê-se a capela mesmo ao fundo e aí, virando-se à esquerda, tem que se passar por um espaço muito estreito entre dois penedos que segundo a lenda só conseguem passar aqueles que estão livres de pecados graves, sendo o pior de todos, pensamos nós, o da gula :))

(foto retirada da Net)

Eu nem tentei passar, não por recear que os meus pecados me impedissem de o fazer, mas porque me pareceu que ia ter algum desconforto claustrofóbico.

Ficámos admirados com uma série de pormenores: um presépio com imensas figurinhas feitas pela escola de Machado de Castro, o altar do Menino Jesus este vestido com trajes napoleónicos, mármores de Carrara, quadros de Josefa d’Óbidos...


Visitando a zona atrás da capela-mor encontrámos esta sala enorme a chamada Casa do Peso por ser aí que as pessoas se pesavam para darem o mesmo peso em trigo segundo promessa feita à Senhora da Lapa

Mas a maior das surpresas foi depararmos com este enorme crocodilo!


Feliizmente como existiam várias explicações afixadas na parede para esta figura inusitada num santuário. Escolhemos a que nos pareceu mais razoável:

E mais este sobre a intervenção sofrida:


Entretanto o tempo começou a piorar de tal forma que acabámos por desistir de fotografarmos a nascente do Rio Vouga que fica ali muito próximo e também já não visitámos a Casa-Museu do Aquilino Ribeiro que vai ficar para outra saída em breve.

Só faltou dizer que o colégio dos jesuítas construído mesmo ao lado do referido santuário foi onde Aquilino estudou entre 1897/99.

(foto retirada da Net)

E a partir de agora vamos tentar continuar a publicar as nossas histórias, duas vezes por mês como era nosso hábito.

Fica aqui a promessa

2010-01-19

Quebrar a monotonia

Estava a olhar para o peixe exposto e sem saber o que fazer para o jantar. Queria fazer um prato diferente, quebrar um pouco a minha rotina culinária e não me surgia ideia nenhuma.
Mas ao passar os olhos pelas trutas que embora fossem de viveiro tinham um aspecto muito fresco, decidi fazer trutas recheadas, coisa que não fazia há muitos anos.
Comprei as trutas, uma para cada pessoa, bacon fatiado, queijo de cabra, uma lata de leite de coco, amêndoas laminadas e mais umas coisas que estavam em falta na despensa.


Abri as trutas de alto a baixo pelo lado da barriga, dei um corte na espinha central junto à cabeça para assim conseguir retirá-la por inteiro.
Com a faca também foi fácil tirar as espinhas finas da barriga e depois foi só temperar com sal, pimenta e sumo de limão e deixá-las descansar.


Pouco depois, abri as trutas e coloquei em cima delas duas fatias da bacon e uma fatia de queijo de cabra, que no meu caso esfarelou mas que mesmo assim cumpriu o seu papel.
Seguiu-se o trabalho mais aborrecido que foi tentar fechar as trutas mas, como a pele deste peixe é um pouco dura, tive que fazer primeiro os furinhos com o bico de uma faca para depois conseguir “costurar” a barriga com palitos.



Passei-as por um pouco de farinha e dei-lhes uma fritura muito ligeira, mergulhando por pouco tempo no óleo a ferver e a seguir foram ao forno num tabuleiro com pedaços de manteiga, um fio de azeite e um pouco de vinho branco.

Não foram precisos muitos minutos no forno, uma vez que já tinham o trabalho adiantado, mas aproveitei esse tempo para preparar um arroz branco diferente:
Pus um tachinho com azeite e 2 dentes de alho ao lume e quando estes começaram a frigir juntei o arroz para passar nesse azeite. Depois de umas voltas, juntei o conteúdo de uma lata de leite de coco, sal e a água necessária para acabar de cozer.

Nesse intervalo, ralei uma beterraba que temperei com um dente de alho picado finamente, um pouco de sal e um fio de azeite para lhe esconder o característico sabor a terra que nem toda a gente aprecia e alourei as amêndoas num pouco de manteiga.

No final pus uma truta em cada prato, um montinho de arroz de coco, outro de beterraba ralada e por cima de tudo as amêndoas torradas.

Ficou uma delícia apreciada por todos, especialmente o facto de poderem comer sem encontrar espinhas.

Por pouco não conseguia uma foto com a apresentação final :)