2009-01-25

Depois do temporal


Na noite passada dormimos pouco, preocupados com o forte temporal que desabou nesta zona com chuva intensa, trovoada e vento ciclónico que poderia provocar imensos estragos nas casas velhas e na floresta.
Pela manhã, ainda com aguaceiros, saímos para dar uma volta á quinta e inteirarmo-nos dos possíveis danos.
Infelizmente não foi preciso andar muito para nos apercebermos estupefactos da queda de um robusto cedro que não conseguiu manter o pé firme num terreno mole de tão alagado pela chuva persistente dos últimos dias.



Uma árvore morta ou moribunda dá-nos sempre um desgosto imenso. É como se fosse a perda de um animal de estimação.
Se fosse um arbusto pequeno, poderíamos levantá-lo, apertar a terra em volta da raiz e assim ajudá-lo a sobreviver. Mas o que nos encantava neste cedro - a sua imponência – foi o que nos impossibilitou qualquer tentativa para o salvar.
Vai ser difícil adaptarmo-nos àquele espaço vazio, à falta daquela presença majestosa e da sua sombra amiga nos dias quentes de Verão.
Mas depois de passados os primeiros momentos de amargura, tivemos que agir rapidamente até para termos noção dos estragos.
E a manhã passou-se com todo este trabalho para o qual tivemos a ajuda de vizinhos.


O passeio até ao Cabeço da Neve no Caramulo que tínhamos combinado fazer de manhã, só pôde ser feito pelas 4 da tarde. Íamos calados e tristes ainda que a mãe Natureza nos quisesse compensar com a visão de um nevão que nos acompanhou saltitante durante toda a viagem pela serra. Infelizmente esquecemo-nos da máquina fotográfica em casa.

18 comentários:

Luciano Lema disse...

Oh! É de facto tão triste quando isto acontece! Já passei pelo mesmo, com um pinheiro bravo, que crescia isolado e tinha já um porte admirável. Caiu também durante uma tempestade, com chuva e muito vento.
O que é incrível nestes amigos, é que, mesmo depois de tombados, ainda nos são úteis, oferecendo-nos madeira ou lenha. A semana que o pinheiro tombado me ajudou a passar mais quente no Inverno, de alguma forma apaziguou a perda.
Beijinhos!

João Roque disse...

Infelizmente, a mãe Natureza por vezes provoca situações que impedem a célebre frase de Palmira Bastos: "As árvores morrem de pé!!!"
Beijinhos.

Eira-Velha disse...

Não há tormenta, em terra, que me deixe mais "acagaçado" do que o vento. Transporta-me ao tempo em que uma rajada mais forta levantava o telhado e de seguida começava a chover em cima, obrigando-me a mudar de poiso à pressa. Também não esqueço um episódio algo hilariante mas que não foi causado pelo vento mas pelo amolecimento do solo. Circulava eu entre Vila Verde e Ponte da Barca quando a determinada altura observo, pelo espelho retrovisor, uma árvore de porte considerável a tombar lentamente sobre a estrada no preciso instante em que passava uma camioneta cujo toldo ficou para trás...
Coisas...
Um beijinho

poetaeusou . . . disse...

*
uma greve
anti-serena,
um direito da Natureza,
faço uma pergunta,
quem quer a Mãe Natureza alertar ?
,
conchinhas de luz, deixo,
,
*

Tongzhi disse...

Tem estado um tempo péssimo por aqui também.
Abraço

Anónimo disse...

Oi Ana mais Bela e Ramon
Eu compreendo o seu desgosto ao ver tombada aquela sua árvore de estimação, como um animal que chega ao fim da sua vida... É sempre triste, mas enquanto um animal não se aproveita, a imponente árvore lhe vai dar muita lenha para se aquecer, durante este terrível inverno de 2009.
E cure-se bem, para não recair.

São os votos do Mário de Portugal.

CrisB disse...

Ana, há já algum tempo que não conseguia vir aqui, o ecran não passava do cabeçalho do blog. Até te enviei um email, não sei se recebeste:) Tenho andado um pouco ausente, mas hoje decidi vir espreitar para ver se já conseguia aceder e sim, consegui:)
Estive a ler alguns posts e fico sempre maravilhada com eles, leio sempre muito devagar para não deixar passar nada, mas sempre cheia de pressa para chegar ao fim:)
Estes dias foram muito maus, e logo depois daquele frio que deu cabo de tanta planta, agora o vento. Que pena a árvore ter caido, calculo o vazio que sentes agora nesse lugar. É sempre muito desolador ver tombar uma árvore que levou tantos anos a formar-se.
Quando eu era pequena, o meu avô tinha muitas árvores, grandes e velhas. Com o passar dos anos foram desaparecendo, e mais ainda quando ele morreu, pois era ele quem cuidava delas. Hoje, temos poucas, das antigas já só restam duas, uma nogueira e uma nespereira. Entretanto temos algumas novas arvores fruteiras. Mas ainda são muito jovens. Isto para te dizer que olho para o sitio onde dantes eram arvores enormes, boas sombras, fruta abundante, e agora não vejo isso, mas sim uma espécie de descampado. Até estas jovens arvores de fruto crescerem e darem sombra ainda hão-de passar muitos anos. Sentirei sempre saudades desse tempo de menina, em que me ia esconder debaixo das pereiras-perla, andar de baloiço no velho damasqueiro, tentar subir as oliveiras. E mais recentemente uma Grevillea que cresceu demais (no entender de alguém) e só restaram pequenos bancos feitos do seu tronco. Bancos que tem me acompanhado sempre.
Por isso amiga, sei muito bem o que estás a sentir neste momento.
Um beijinho
Cris

RUTE disse...

Oh Ana... imagino a amargura, eu também amo as plantas como amo os animais.

Lá no meu terreno também tenho uma oliveira velhota que tem o tronco todo aberto, dividido em 3 e que só me dizem:

"Vais ter de deitar abaixo esta oliveira quando fizeres a casa. De qq das formas ela já não está aqui a fazer nada."

Até me doi só de pensar. Pois aquela oliveira pode ter muitos e muitos anos, ninguém sabe quantos! Tem um diametro de tronco tão largo!!!

Anónimo disse...

Pois é verdade!
Árvores são fontes de vida e fontes de sombras e são também companheiras dos nossos caminhares. São sobretudo algo porque, às vezes, também choramos.
Agora só tens de plantar lá outro cedro ou outra espécie agradável e esperar vê-la crescer.
Tenho andado um pouco arrredado com outras tormentas, que recomeçam amanhã uma nova fase. Mas gostei de passar por aqui. Só tenho pena que o vento tenha arrancado o teu cedro.
Bjs. e até um dia.

bettips disse...

Foi um penar ler e ver. Adoro árvores e esta é insubstituível, pela sua idade e nobreza. Felizmente que não houve mais estragos que esteve bem perto da "arrecadação"???. Vocês saberão melhor do assunto mas se fosse eu plantava algo ali mesmo. Nem que fosse uma estrutura com esteios em pedra e ferro, com videiras que se emaranhassem e abraçassem o espaço vazio...
Isto sou eu, da cidade e do coração falando.
Desejos que o vírus e a chuva em demasia se vão de vez!
Bjinhos

Ezequiel Coelho disse...

Chegou a bater em alguma parede?? Já está solucionado?
Que susto!...
Um grande abraço

Maria Cristina Amorim disse...

Que pena... é tão triste ver uma árvore morrer. Somos impotentes perante a sua magnitude, mas é para seguir em frente, por isso no lugar desse Cedro planta-se outro em sua homenagem .
Beijos.

Oris disse...

O tempo tem andado muito mal-disposto. Dá a sensação que o S. Pedro anda a fazer obras lá por cima. Já podia acalmar um pouco.

O teu desgosto é compreensível...foste-te habituando ao cedro e à sua sombra amiga. Agora, é plantar outra árvore.

Bom fim-de-semana.

Beijitos

teresa g. disse...

Os cedros são complicados amiga, já soube a razão (penso que tem a ver com o sistema radicular) mas agora não me lembro, mas isto acontece com frequência.

O melhor é olhar para a frente e plantar outra árvore no lugar dele :)

A OUTRA disse...

Por "portas e travessas" vim ter aqui e do que estou a ver gostei. Bela paixão esta, vou embora, mas vou voltar.
Maria

kuka disse...

Sei o que isso custa minha amiga.
Foi grande o temporal.Nessa altura estive por essas bandas (Castelo Branco)e a noite foi muito complicada.
Mas pelo menos a madeira dessa árvore ficará durante muitos anos em forma de objectos que poderás fazer.

pin gente disse...

é desolador ver os danos que a natureza "revoltada" pode provocar.
ainda bem que há amigos e que se consegue continuar.

um beijo
luísa

Espaço do João disse...

Nem tudo o que luz é ouro... Se o tempo fosse ordenado pelo ser humano,já esta velha bola tinha ido toda pelos ares. Normalmente queremos sol na eira e chuva no nabal.