Nestes últimos dias de intenso calor, não conseguimos evitar a preocupação de virmos a sofrer novamente a devastação dos incêndios.
A primeira vez que deparámos com uma calamidade destas, estávamos completamente desprevenidos. Vimos, uma hora antes, uma coluna de fumo negro ao longe e sem nos dar tempo a pensar como agir, assomou à nossa porta, entrando e devastando mais de metade da floresta. Dezenas de vizinhos apareceram a correr com as caras tapadas com lenços sujos de cinza, amarrados atrás das orelhas e munidos com o que havia à mão: moto-serras, enxadas, ramos de árvore, etc. Todos eles, assim como o meu marido e os filhos entravam naquela cortina negra e desapareciam deixando-nos numa angústia atroz. Desesperada por não saber o que estava a acontecer fora das nossas vistas, entrei também naquele inferno de chamas e fumo negro.
Lá dentro, os gritos dos homens que orientavam outros, tinham um soar diferente e estranho. A luz do dia desaparecera para dar lugar a uma luminosidade irreal. O ar que se respirava era insuficiente. O calor era insuportável.
Dirigi-me com dificuldade a um vulto e, entre lágrimas, balbuciei-lhe para desistirem... que deixassem arder... que não queria ver ninguém morrer ali...
O vulto pôs-me a mão no ombro e gritou para sair. Que eles sabiam o que estavam a fazer e que ajudaria muito se fosse para junto da casa e estivesse atenta às fagulhas que podiam dar origem a novos incêndios.
As chamas altas dilaceravam as pobres árvores que gemiam, deixando cair os ramos incandescentes no chão abrasador. O fogo estacou diante de mim tentando seduzir-me na sua resplandecência. Mirámo-nos olhos nos olhos. De repente deu um urro, um urro animalesco e saltou por cima das copas dos pinheiros, começando a devorar tudo atrás de nós, cercando-nos com mãos de chamas. O vulto, que nunca cheguei a saber de quem era, agarrou-me por um braço e arrastou-me com ele conseguindo fugir por entre as árvores transformadas em tochas. Os pêlos dos braços, as sobrancelhas, os cabelos, encolheram-se e encaracolaram-se crespos, queimados pelo calor intenso. O pensamento de que poderíamos ficar ali estendidos a qualquer momento, perseguiu-me durante a fuga em que fui chocando com outros corpos meio cegos que também tentavam desesperadamente sair daquela armadilha. Felizmente todos conseguimos sair ilesos.
Quando recuperei desses momentos de terror, segui o conselho e com uma mangueira na mão, perto de casa, fui afogando as fagulhas que mal caíam começavam logo a morder fosse o que fosse. O fogo arrastava o vento consigo e o vento ajudava o fogo a mudar de direcção, ora esquivando-se, ora encurralando, como no jogo do gato e do rato
Foi um dia de aflição, de pânico, de impotência, de raiva!
À noite, o incêndio estava extinto, diziam… mas os buracos denunciadores das árvores ausentes, chispavam com o vento e reacendiam pequenas fogueiras aqui e ali como se houvesse ainda alguma coisa para devorar. De madrugada ainda transportavamos, completamente exaustos, vasilhas com água e vertíamos dentro desses buracos de fogo que conseguia resistir-nos.
Os dias seguintes foram de desolação ao ver a quantidade de árvores desaparecidas ou completamente negras e sem vida. Coelhos mortos e quase irreconhecíveis. No terreno ao lado, um javali jazia numa posição estranha.
A partir dessa altura, passámos a ter mais preocupação com a limpeza do terreno: lavrar uma faixa em toda a volta, junto à vedação com uns 8 metros de largura; limpar todo o mato seco ou verde dentro da quinta; pedir licença (por vezes sem ela por não se saber a quem pertencem alguns terrenos) e limpar também os restos de mato pelo lado de fora; substituir por carvalhos, sobreiros e outras, os pinheiros e eucaliptos mortos; ter pontos de água em locais mais castigados pelo fogo e mangueiras iguais às dos bombeiros, resistentes ao calor das chamas e preparadas para molharem a pessoa que as maneja, refrescando-a e protegendo-a do ambiente intensamente quente.
O próximo passo é adaptarmos um jipe velho para poder transportar água até às zonas onde as mangueiras não conseguem chegar.
Passada uma semana deste grande incêndio, vi uma pequena coluna de fumo a sair dum monte de terra onde tinha andado o fogo. Preocupada, agarrei num garrafão de água e fui até lá. Subi o monte e senti os pés quentes. Atirei com a água e levantou-se uma nuvem grossa de vapor. Percebi que o fogo continuava a desenvolver-se por baixo do chão, lentamente, teimosamente, procurando alguma coisa que o animasse a sair de novo. Com as solas dos ténis meias derretidas e a colarem-se ao chão, levei uma mangueira até lá e passei a tarde a encharcá-lo, a tentar exterminá-lo. E consegui.
Passaram-se uns anos e com a experiência adquirida, com a quinta limpa daquilo que nos parecia combustível, um novo incêndio surgiu na zona e o fogo conseguiu arrastar-se por 20 Km até chegar aqui. Queria ajustar contas connosco. Desta vez entendi-o bem. Apareceu à nossa beira, soberbo, cheio de força, como um gigante de poder imenso.
A primeira vez que deparámos com uma calamidade destas, estávamos completamente desprevenidos. Vimos, uma hora antes, uma coluna de fumo negro ao longe e sem nos dar tempo a pensar como agir, assomou à nossa porta, entrando e devastando mais de metade da floresta. Dezenas de vizinhos apareceram a correr com as caras tapadas com lenços sujos de cinza, amarrados atrás das orelhas e munidos com o que havia à mão: moto-serras, enxadas, ramos de árvore, etc. Todos eles, assim como o meu marido e os filhos entravam naquela cortina negra e desapareciam deixando-nos numa angústia atroz. Desesperada por não saber o que estava a acontecer fora das nossas vistas, entrei também naquele inferno de chamas e fumo negro.
Lá dentro, os gritos dos homens que orientavam outros, tinham um soar diferente e estranho. A luz do dia desaparecera para dar lugar a uma luminosidade irreal. O ar que se respirava era insuficiente. O calor era insuportável.
Dirigi-me com dificuldade a um vulto e, entre lágrimas, balbuciei-lhe para desistirem... que deixassem arder... que não queria ver ninguém morrer ali...
O vulto pôs-me a mão no ombro e gritou para sair. Que eles sabiam o que estavam a fazer e que ajudaria muito se fosse para junto da casa e estivesse atenta às fagulhas que podiam dar origem a novos incêndios.
As chamas altas dilaceravam as pobres árvores que gemiam, deixando cair os ramos incandescentes no chão abrasador. O fogo estacou diante de mim tentando seduzir-me na sua resplandecência. Mirámo-nos olhos nos olhos. De repente deu um urro, um urro animalesco e saltou por cima das copas dos pinheiros, começando a devorar tudo atrás de nós, cercando-nos com mãos de chamas. O vulto, que nunca cheguei a saber de quem era, agarrou-me por um braço e arrastou-me com ele conseguindo fugir por entre as árvores transformadas em tochas. Os pêlos dos braços, as sobrancelhas, os cabelos, encolheram-se e encaracolaram-se crespos, queimados pelo calor intenso. O pensamento de que poderíamos ficar ali estendidos a qualquer momento, perseguiu-me durante a fuga em que fui chocando com outros corpos meio cegos que também tentavam desesperadamente sair daquela armadilha. Felizmente todos conseguimos sair ilesos.
Quando recuperei desses momentos de terror, segui o conselho e com uma mangueira na mão, perto de casa, fui afogando as fagulhas que mal caíam começavam logo a morder fosse o que fosse. O fogo arrastava o vento consigo e o vento ajudava o fogo a mudar de direcção, ora esquivando-se, ora encurralando, como no jogo do gato e do rato
Foi um dia de aflição, de pânico, de impotência, de raiva!
À noite, o incêndio estava extinto, diziam… mas os buracos denunciadores das árvores ausentes, chispavam com o vento e reacendiam pequenas fogueiras aqui e ali como se houvesse ainda alguma coisa para devorar. De madrugada ainda transportavamos, completamente exaustos, vasilhas com água e vertíamos dentro desses buracos de fogo que conseguia resistir-nos.
Os dias seguintes foram de desolação ao ver a quantidade de árvores desaparecidas ou completamente negras e sem vida. Coelhos mortos e quase irreconhecíveis. No terreno ao lado, um javali jazia numa posição estranha.
A partir dessa altura, passámos a ter mais preocupação com a limpeza do terreno: lavrar uma faixa em toda a volta, junto à vedação com uns 8 metros de largura; limpar todo o mato seco ou verde dentro da quinta; pedir licença (por vezes sem ela por não se saber a quem pertencem alguns terrenos) e limpar também os restos de mato pelo lado de fora; substituir por carvalhos, sobreiros e outras, os pinheiros e eucaliptos mortos; ter pontos de água em locais mais castigados pelo fogo e mangueiras iguais às dos bombeiros, resistentes ao calor das chamas e preparadas para molharem a pessoa que as maneja, refrescando-a e protegendo-a do ambiente intensamente quente.
O próximo passo é adaptarmos um jipe velho para poder transportar água até às zonas onde as mangueiras não conseguem chegar.
Passada uma semana deste grande incêndio, vi uma pequena coluna de fumo a sair dum monte de terra onde tinha andado o fogo. Preocupada, agarrei num garrafão de água e fui até lá. Subi o monte e senti os pés quentes. Atirei com a água e levantou-se uma nuvem grossa de vapor. Percebi que o fogo continuava a desenvolver-se por baixo do chão, lentamente, teimosamente, procurando alguma coisa que o animasse a sair de novo. Com as solas dos ténis meias derretidas e a colarem-se ao chão, levei uma mangueira até lá e passei a tarde a encharcá-lo, a tentar exterminá-lo. E consegui.
Passaram-se uns anos e com a experiência adquirida, com a quinta limpa daquilo que nos parecia combustível, um novo incêndio surgiu na zona e o fogo conseguiu arrastar-se por 20 Km até chegar aqui. Queria ajustar contas connosco. Desta vez entendi-o bem. Apareceu à nossa beira, soberbo, cheio de força, como um gigante de poder imenso.
Na foto podem ver a sua magnificência, a diabólica forma como se apresentou diante de nós. A casinha que está à direita é uma eira que todos pensávamos que iria desaparecer mas que felizmente conseguiu-se proteger mantendo-se tão branca como está na foto. Do lado esquerdo consegue-se ver um telhado por entre as árvores que é o estábulo onde se guardavam alguns animais e também uma centena de fardos de palha que foram empapados em água para evitar a acção das fagulhas.
Nós já o esperávamos com o coração apertado, o estômago contorcido mas decididos na contenda. Tínhamos as mangueiras estendidas, zonas alagadas, a ajuda de uma dezena de pessoas que aqui se encontravam para um almoço de família e pouco depois a vinda de dezenas e dezenas de vizinhos, sempre generosos, preparados para o que desse e viesse.
As terras lavradas pouco antes, tinham algum restolho que embora baixo foi o suficiente para permitir que ele se arrastasse como um verme e atingisse a zona de pinhais. Onde não conseguiu chegar arrastando-se, ergueu-se e saltou de copa em copa, rugindo como um monstro feroz. O vento ajudava-o na façanha.
Foi outra luta enraivecida. Os homens combatendo as chamas e as mulheres na retaguarda, protegendo as zonas menos perigosas. Estávamos constantemente a mudar de local os animais aterrorizados, conforme a evolução da situação. A égua e a burra corriam em pânico de um lado para o outro com pequenas chamas sobre o pêlo que se ateavam mais com a correria e que eram provenientes de chispas que caíam a arder em cima delas, felizmente sem perigo. Quando conseguíamos enfraquecer o fogo numa zona, logo se fortalecia noutra, qual Hefesto sempre renascido. Felizmente as mangueiras em zonas estratégicas evitaram o pior. Nem as casas, nem os animais foram prejudicados. A meio da noite, a fera desistia da peleja, mudando de rumo e caminhando para outro povoado, ainda que debilitada e cheia de mazelas. Entretanto deixou uma série de bocas rosnando e chispando nos buracos que nós enchíamos de água, enfraquecendo-as até conseguirmos eliminá-las.
No dia seguinte o mesmo espectáculo consternador. Um cheiro a cinzas e a morte.
Mas sabemos que ele vai tentar de novo. Não vai desistir de avançar na sua destruição. Assim o desleixo e os interesses mesquinhos dos homens o permitam!
41 comentários:
Descreveste toda a situação de uma maneira tão real, que à medida que íamos lendo estávamos a sentir-nos lá também.
Muito bom texto...
Todos os anos se vivem situações muito dramáticas. Não sabemos muito bem quais os interesses escondidos por trás. Temos a certeza que muitos são provocados.
Bom domingo. Beijinhos
Estou convencida de que se todos actuassem como tu na prevenção grande parte das situações descritas tão realisticamente como fizeste não aconteceriam.
Quero acreditar que se tenha feito trabalho nesse sentido para não sermos outras vez devastados. Digo sermos mas é evidente que só quem passa por um drama destes é que percebe bem a crueldade da destruição e o sentimento de impotência que gera.
Desejo-te um Verão despreocupado.
Ufa! Sai da leitura como se lá estivesse, tamanho realismo vc empregou na escrita. Realmente devem ter sido horas pavorosas... Recentemente escrevi sobre um incêndio e suas armadilhas.
Mas apesar do tema tão triste, vc sempre consegue adoçá-lo com a poesia de belas imagens, como o olho no olho com o fogo. Bravo!
Olá Ana. Espero que não voltes a passar por situações semelhantes. Tenho pavor do fogo e lembro-me que, em pequeno, também o tive quase à porta de casa. E nos últimos anos, a zona da minha infância (Alcoentre) voltou a ser bastante torturada pelos incêndios.
Um beijo e um Verão sossegado.
Também conheço muitas das sensações que descreves. De forma magistral, devo dizer. Um texto de antologia.
Já cá o tivemos a rondar mas não tão perto, não tão descomunal.
Bem me lembro do grande incêndio em 1995 e deste último que acompanhei por telefone quando estava na Bélgica.
Aproveito o comentário para te dizer que a Diegues lá se "dignou" :) a aparecer no espectáculo que fizemos no Estoril.
O Titó tb lá apareceu em grande estilo com os seus 80 e tal anos...ela, a Diegues, que te conte ;)
Boa semana para ti, querida amiga!
/
nu e cru
,
invejo a tua força, amiga
,
xi
/
Fiquei arrepiada, pois esta descrição fez-me lembrar um fogo que tive, há anos, perto da minha casa. Nem chegou tão perto quanto à tua, mas passei dias em que, fechando os olhos, só via aquelas malditas labaredas dentro de mim. Imagino o pavor que tiveste, com ele assim tão próximo. É, de facto, terrível e até parece que quantos mais meios o governo anuncia que tem para combate aos incêndios, mais os incendiários se sentem desafiados a provar que de nada servem esses meios. Tenho pavor de incêndios e acho que essas pessoas deveriam ser muito bem punidas pelo mal que fazem aos outros. São autênticos assassinos. É por isso que, aqui na Madeira, tentamos no dar muito destaque a essas notícias. É como com os suicídios. Noticiamos e, nos dias seguintes, há "uma onda" de tentativas de suicídio.
Lamento imenso o que te aconteceu. Espero que não voltes a passar pelo mesmo.
Um beijão
O texto tem tanto de grandioso como de dramático. Na tua escrita sente-se essa sensação de aflição e resistência, da queimadura e do desespero.
Um grande abraço!
Olá . Muito boa noite. Eu sou o cuscas que a única coisa que sabe fazer é procurar saber mais e mais sobre tudo. Tomei conhecimento do seu blog, atravéz da nossa amiga Anete Joaquim, pessoa que muito admiro e por quem tenho muito respeito. Aliás e o meu lema Respeita para sereas respeitado. Como lê os blogs da Anete quase não vale a pena dizer mais em meu abono. Já deu para ver que a Ana é daquelas pessoas chamadas imprescindíveis nos momentos de solidão. Hoje pela 1ª vez passei os olhos pelo seu blog. Não quero melindrar ninguém, mas era incapaz de integra-me num júri para classificar os variadíssimos blogs que a Anete me proporcionou visitar. Vou passar a ser mis um companheiro para as tertúlias se me permitir.Devo ser o mais novo deste grupo, pois já tenho 50+15 , no entanto tenho sempre sentido de humor e gosto muito de Abelhas. Espero que passará a conhecer-me melhor a partir de hoje, mesmo levando algumas ferroadas.Sou Madeirense mas, desnaturado. Desde os 18 anos que ando vagueando pelo mundo, conhecendo outras terras e outras gentes. Há cerca de trinta anos fixei-me no conselho de Santiago do Cacém, mais concretamente em Vila Nova de Santo André. Por hoje já chega, logo reconhecemo-nos melhor se assim o ente3nder. Cumprimentos J.S.
Arrepiante! Tb vivo numa zona rural, no Algarve, e todos os anos passo pelo pavor dos fogos, embora ,felizmente, nunca os tenha visto assim de perto. Um Verão sem problemas é o q posso desejar.
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LINDA
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O MEU BLOG ESPERA-TE
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JI
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Depois de ler esta tua descrição - na primeira pessoa - ainda estou arrepiada. O fogo aqui na cidade não adquire as proporções do campo. Quando em cada Verão se vêem as temperaturas a subir, adivinham-se logo os fogos a eclodir um pouco por todo o país. E em cada Verão é sempre horrível ver a aflição das pessoas. O terror que provoca a sua aproximação. Eu sei q dá um certo trabalho e custa dinheiro a prevenção contra os fogos, mas se pelo menos cada um pudesse fazer o q tu fizeste, melhor se poderiam defender as populações. Quanto ao governo, é uma lástima ver q em cada novo ano se protelam as tomadas de posição e se arrasrtam as decisões que deveriam já ter sido tomadas há muito.
Espero q este ano, pelo menos para ti que te protegeste, o fogo não te ameace.
Beijo grande
… e aos poucos vai desaparecendo o nosso património florestal, que tristeza e que saudades que eu tenho do tempo em que se ia de Lisboa ao Porto e do Porto a Viseu, por uma estrada serpenteando por entre a floresta, sempre à sombra da copa das arvores…
Beijitos menina, gosto do que escreves.
Ana o seu texto é de um realismo que nos deixa arrepiados. Sou de Monchique e como deve calcular já todos nós passamos por esse drama. Espero que nunca mais volte a acontecer. Todos nós desejamos que o verão seja sinónimo de prazer e felicidade para estar, sempre, junto da floresta e das suas árvores que tantos amamos, sem o estigma dos incêndios.
Realmeente, se ouvesse mais preocupação em limpar todos os espaços verdes, de certeza que não haveria tanta destruição e tantas mortes como têm havido sempre que há um incêndio!
Adorei todo o vosso trabalho para evitarem desgraças tão grandes... Vocês são uns verdadeiros e corajosos heróis!
Obrigada por essa descrição tão real que nós faz pensar um pouco mais nos cuidados que deveriamos ter!...
Beijos
Realmente se cada um de nós ajuda-se a ivitar situações analugas o
nosso planeta estaria muito melhor.
Obrigada.
BJS
Fernandinha
Venho aqui a desoras e fiquei feliz com os sapinhos, as groselhas, os ouriços cacheiros a regalar-se de pêssegos. E estarrecida com a tua contagem do inferno. Mestre e sábia terás de ser para lutar assim, com essa força. Deixo bons desejos para este Verão, abraços para teus vizinhos, beijinhos a ti e ao grupo teu. É com tudo o que contas, um sopro de vida viva que nos deixas!
Uma descrição aterrorizadora, sem dúvida. Os incendiários, deviam ser pendurados nas árvores e deixar que o fogo chegasse para lhes beijar a estupidez com que caminham pelas florestas. Os curisqueiros deviam cair numa armadilha para que nunca mais se esquecessem do mal que as curiscas deitadas pela janela da viatura podem fazer. Normalmente, os provocadores dos incêndios, quando existem, são pessoas mentecaptas que nem sabem o que andam a fazer neste mundo.
Tudo de bom para vós e contra esse maléfico demoníaco que está sempre a espreitar. Bjs.
Fiquei impressionada com a tua espantosa descrição que me levou a sentir-me lá também. Realmente nós, aqui tão longe nesta cidade de Lisboa, não fazemos ideia do que é viver na pele um susto desses.
Desejemos que, com os cuidados que vão tendo, essa ameaça terrível vá perdendo força.
Parabéns pelo blog, excelente texto.
Gosto muito do seu blog e tenho vindo assiduamente.
Neste seu post refere ter comprado mangueiras iguais ás dos bombeiros,eu gostaria de saber onde se podem adquirir esse tipo de magueiras e se elas são compatíveis com qualquer tipo de torneira. Obrigada
Com este magnífico texto, que descreve a realidade nua e crua, ninguem pode ficar insensível ao flagelo que é o fogo, quando se vê tudo desaparecer em cinza.
Um abraço aqui da Raia
Passa pelo meu blog, tens lá um desafio!...
Beijocas
"É isso ana ramon. Um dos sortilégios dum blogue é o entusiasmo pela observação mais cuidada daquilo que nos rodeia. Duma forma mais ou menos dispersa, digo eu, que me disperso até onde os meus sentidos e senso me conseguem levar.
Entretanto, quantas coisas se não vão aprendendo, alguns temas que até nem me diziam nada de especial! E que passaram a ser objecto da minha atenção e estudo!
Cá vamos andando."
(Assim respondi ao teu comentário no "dispersamente" sobre os eucaliptos). Obrigado pela tua visita, ainda mais gratificante por vir de Viseu.
-
A reportagem/crónica deste post está fantástica, parece que estamos a viver esses momentos que terão sido terríveis, é fácil imaginar. Nessa altura muitos de nós passámos por situações diversas, de ansiedade e angústia, ao vê-LO ali, mesmo ao pé, a vociferar como mil demónios...
Bj
António
Hoje deixei o 100º post. O meu obrigada é para ti e para outros(as) que, como tu, compreendem e mimam os que querem, gostam e ainda são capazes de sonhar.
Beijinhos embrulhados em abraços.
embora em contexto de puro dramatismo, gostei muito da sensibilidade presente na sua "escrita".
É amiga, agente habitua-se a estes mosntros. Aprende-se a não os respeitar e respeitar, isto é, a afrontá-los mas mantendo a devida distância. Como com todos os monstros não lhe podemos mostrar medo, não podemos sentir medo. Só distância. E temos que saber que eles voltarão.
O que acho interessante é a capacidade de recuperação da natureza. Na realidade, se as coisas estivessem em equilíbrio, ela servir-se-ia do monstro para se libertar da matéria vegetal em excesso, demasiado densa, para fazer germinar sementes novas - as plantas mediterrânicas têm uma incrível capacidade de regeneração e germinação após um fogo. O problema é mesmo a quantidade de plantas exóticas que temos, cultivadas e invasoras que introduzem o desiquilíbrio. E o descuido humano, claro!
Em relação às fotos (do comentário no cores) basta uma máquina com macro, um bocadinho de paciência e um programa de edição de imagem para cortar as partes que não interessam ;)
Beijos
impressionante a descrição.
Amiga Ana. Não sei o que dizer. Fiquei impressionado com a descrição desse terrivel acontecimento. É preciso muita coragem para enfrentar esse monstro. Felizmente que apenas existiram prejuizos materiais. Um bj.
Olá Ana Ramon,
Vim aqui através do blogue do Alexandre Castro e fiquei deveras impressionada com a sua descrição dessa calamidade. O seu texto, Ana, devia ser publicado num jornal de grande tiragem. As pessoas precisam de ganhar consciência de que é preciso ter atitude nova, sob pena de com o fogo morrer também mais um pouco de nós.
ana
o teu cenário de terror está "divinamente" escrito.
acabei de ler, com o sobrolho carregado, com medo, a sentir calor...
infelizmente é um drama, que se aproxima...
espero que não voltem a passar nada parecido.
beijinho
Muito bem descrito!
Deixo-te beijinhos embrulhados em abraços.
Ana fiquei comovido com o texto escrito, sobre o terror que é estar tão perto de um incêndio.
Olá Amigos! Hoje não irei responder a cada um dos comentários. Percebi que todos se sentiram desolados, sofridos, indignados com esta calamidade que nos devasta todos os anos. Alguns cujo contacto é apenas televisivo e outros que também sofreram na pele esses momentos de horror e pânico. Em 2005 então, parecia que todo o Portugal estava a arder. Foi um ano pavoroso.
Vou responder apenas à amiga Rita Lemos a cujo blog não consegui aceder: há várias empresas que comercializam este tipo de mangueiras. Para localizar uma próxima do local onde vive, aconselho a procurar nas Páginas Amarelas talvez pela classificação "Prevenção e Segurança". As mangueiras são largas e adaptadas a torneiras de 1 polegada (tipo das das bocas de incêndio). Para uma agulheta destas funcionar é preciso que haja um bom caudal que dê origem a uma boa pressão. A pressão normal das casas e pequenos jardins é insuficiente. Lamentavelmente não a consigo ajudar melhor mas espero que obtenha boas respostas e sugestões quando contactar um técnico ligado a esta actiividade.
Um grande abraço para todos e obrigada pela visita
Ana, muito obrigada pela sua resposta, vejo que o uso desse tipo de mangueiras é mais difil do que imaginava.
Pode ser que sejam compatíveis com motores de água, irei procurar nas amarelinhas, como sugeriu.
Há Rita Lemos. Li com atenção a resposta da Ana. Sugeria que se tem água canalizada em casa uma das coisas importantes seria a montagem dum ramal da canalização, onde pudesse montar uma bomba de alta pressão e, daí então sairem os hidrantes. Normalmente a água da rede está a uma pressão entre os 4 a 6 Kg/cm/2 o que nas saidas a pressão diminui. Até que se calhar não terá destribuição superior a 3 m3 hora,o que normalmente é muito pouco para estas prevenções. Estou a minha colher porque tenho um pouco de conhecimento da matéria. No entanto os operadores de segurança (bombeiros e proteção civil dar-lhe-ão melhores imformações. João
O teu Monstro de Fogo impressionou toda a gente...descreveste-o divinamente.
Parabéns.
Querida Ana Ramon!
Vamos a um novo post?
Toca a escrever!
Um beijinho
texto brilhante.
Cenários dantescos e nós aqui às vezes de braços cruzados sem nada fazermos...
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