
2009-07-29
Os Pobrezinhos

2009-07-07
As nossas histórias
Em primeiro lugar mostramos como a Camila cresceu. Está enorme e apenas com 7 meses
Quando há tempos, após uma noite de invernia que tudo encharcou e abanou, vos contámos a impressionante queda e morte do nosso gigantesco cedro, não chegámos a falar de uma ameixeira muito velhinha que tinha tido a mesma má sorte. Mas um acaso permitiu que uma pequena parte da raiz se mantivesse agarrada ao chão, conseguindo retirar um mínimo necessário para manter a pobre árvore com vida. Estamos todos impressionados como é que uma fruteira com a idade dela e completamente deitada por terra, ainda arranjou forças para deixar crescer e amadurecer os seus frutos.
Juntamos aqui esta foto tirada hoje para vos mostrar como as árvores podem ser teimosamente resistentes
E agora a história da Carmen e da Rosa, as nossas faisoas.
Estiveram muito tempo aninhadas, na esperança de ver sair filhotes dos seus ovos escuros. Acontece que o Tobias, o faisão prateado, simplesmente as ignora por serem de raça diferente. Depois de mais de um mês em que insistiam no choco, reparámos que quando se levantavam para comer, caminhavam de uma forma estranha que à distância não dava para perceber o que se estava a passar com elas.
Entrámos na pequena capoeira sujeitos às investidas do Tobias que é uma ave permanentemente de mau humor e ficámos estupefactos com o estado em que tinham as patas
Não sabíamos bem o que fazer mas resolvemos mantê-las presas numa gaiola, num local mais aquecido e todos os dias de manhã e à noite esfregávamos as patas com azeite e obrigávamos a determinados movimentos.
O azeite permitiu que as calosidades horríveis que cobriam completamente as patas se fossem soltando aos poucos...
… e os movimentos forçados permitiram que melhorassem o andar, lentamente
Não ficámos muito entusiasmados porque a Rosa desde que começou a abrir bem uma das patas, passou a recolher a outra junto ao corpo e por isso quando tem necessidade de se movimentar, caminha com uma aberta e outra fechada.
E a Carmen ao começar a caminhar com as duas patas, começou a enrolar um dos dedos e poderá ter de novo problemas
Mas como já estão há mais de um mês metidas nesta pequena gaiola, resolvemos pô-las de novo na capoeira juntamente com um Tobias irritadiço e vamos esperar para ver como é que as coisas evoluem.
A outra história que temos reservada para vós é sobre o Milhas (baptizado pelo Paulo), o nosso milhafre de estimação.
Há vários anos que nos habituámos à sua companhia aparentemente inofensiva. Mas agora andamos furiosos porque começou a atacar os animais na capoeira... e já levou 9 fracas pequenitas, 1 patinho e um grande número de pintos.
Um destes dias vi-o a querer atacar um dos pombos e mesmo correndo debaixo dele, gritando e atirando pedras, percebi que é de ideias fixas e nem sequer se assustou. Só não apanhou o animal porque este conseguiu esconder-se a tempo.
Resolvemos então mudar de táctica. Se ele estava tão desvairado para alimentar o filhote, então daríamos carne todos os dias para levar para o ninho. E se bem pensámos, melhor fizemos e por isso todos os dias de manhã e à tarde, colocávamos (e colocamos ainda) um bocado de carne crua em cima do telhado da capoeira pequena...
... e que tanto pode ser carne da que compramos para os nossos cães, como algum pequeno animal que encontremos morto.
Numa destas tardes de calor ouvimos uma barulheira no ar e vimos o milhafre e a companheira a voar perto de um passarito pequeno que esvoaçava e gritava aflitivamente.
No início pensámos que seria algum animal prestes a ser apanhado mas depois reparámos que o casal voava em volta do pequenote e percebemos que se tratava do filhote voando de uma forma muito atabalhoada e aos gritos o que nos fazia rir por não sabermos se era de grande entusiasmo pelo voo ou de grande pavor pela altura. Era divertido imaginar que os milhafres nos vinham mostrar a cria e assim justificar o ataque que faziam à capoeira.
O Milhas começou a habituar-se às nossas ofertas passando a sobrevoar-nos em círculos mal saímos de casa com um alguidar na mão
Não percebíamos como é que conseguia apanhar os pintos e patinhos se estes ao menor sinal de alerta dado pelas mães ou por outros animais mais velhos, corriam a esconder-se dentro da capoeira, só ficando cá fora os adultos mais pesados.
Mas depois de algum tempo de observação percebemos a técnica que consiste em se manter imóvel durante muito tempo num ramo de pinheiro até todos os animais se esquecerem dele e os pequenitos começarem a sair do esconderijo. Depois num voo rapidíssimo consegue apanhar o escolhido, de garras estendidas e logo na primeira investida
Há dias resolvemos tirar uma foto no momento em que ele iria baixar para “caçar” a carne que tínhamos posto à sua disposição. Mas à última da hora resolvemos fazer um vídeo e foi a nossa sorte senão não teríamos nada para vos mostrar.
Para isso escondemo-nos num casinhoto, com a máquina á janela, apontada para o local onde tínhamos posto uns corações de peru.
Vão ver o vídeo com muita atenção porque ele vai recolher a carne que está na ponta esquerda do telhado e mais rápido que um relâmpago. As fracas e os galos estão a dar o alerta da sua aproximação.
E em breve voltaremos com mais historias